Levamo-lo a conhecer Arraiolos, a vila no coração do Alentejo Central, os seus famosos tapetes de Arraiolos e a lenda associada a um dos edifícios da região - o Solar da Sempre Noiva.
Arraiolos tem como cartões de visita a qualidade dos motivos e ponto único dos tapetes de Arraiolos, assim como o seu peculiar castelo circular.
Como qualquer outra vila portuguesa, Arraiolos tem muitos e variados locais de interesse turístico, incluindo Casa da Mala-Posta, Convento dos Loios, Fonte da Pedra, Igreja da Nossa Senhora da Consolação, Igreja Paroquial de São Gregório, Igreja da Matriz de Vimieiro, Igreja da Misericórdia de Arraiolos e ainda o Pelourinho de Arraiolos.
Todos estes locais e monumentos da povoação fazem parte de um requintado roteiro por terras alentejanas e constituem importantes legados patrimoniais.
Os Tapetes de Arraiolos
Património da vila, os Tapetes de Arraiolos são repletos de história bordada à mão por gerações de bordadeiras pelos tempos fora. São parte do artesanato mais conhecido e, provavelmente, mais antigo de Portugal. Apesar das incertezas, há estudos que comprovam que esta arte dos Tapetes de Arraiolos terá começado com os Mouros, durante o século XII. Foi desenvolvida como a conhecemos hoje no século XV, atingindo o seu auge no século XVIII, com a introdução dos motivos florais.
A produção destes tapetes terá sido originada, primeiro, pela abundância de matéria-prima (lã, teares e um grande número de artesãos ligados à tecelagem) e, depois, pela presença e influência de tapeceiros islâmicos, que estiveram em Portugal entre os séculos VIII e XV.
O mês de junho é dedicado ao evento que celebra a cultura local a que estes bordados estão ligados - “O Tapete Está na Rua”.
A Lenda do Solar da Sempre Noiva
Próximo a Arraiolos ergue-se o Solar da Sempre Noiva, construído entre os séculos XV e XVI. Há uma lenda associada a esta propriedade localizada na tranquilidade da bela planície alentejana.
Conta-se que, nos tempos das lutas entre cristãos e mouros, viveu ali uma jovem que, no dia do casamento, viu o noivo partir para o combate. Má sorte teve na data que escolheu para dar o nó, pois a vila foi atacada e o noivo não teve outra hipóteses senão combater. As batalhas prolongaram-se, e o jovem acabou por regressar só anos depois.
Quando voltou, o cavaleiro procurou a sua amada e reiterou a vontade de casar com ela:
- Meu amor, perdoa-me por todo este tempo que esperaste por mim! Infelizmente não tive outra hipótese senão partir para defender o nosso povo!
- E voltas agora, quando já estou velha para casar? - respondeu a noiva.
- Minha querida, amo-te agora tanto ou mais do que antes.
- Mas eu perdi toda a beleza da juventude! As pessoas vão rir-se de mim quando virem uma velha no altar!
- Não vão nada, meu anjo. Arranjaremos uma solução. É a ti que eu amo e contigo casarei.
Acertaram nova data e, o dia do casamento, a noiva nunca mais aparecia. Os convidados já desesperavam quando a mulher entrou na igreja, com um tapete a cobrir-lhe o rosto para ocultar as marcas do tempo.
Fonte: Lendas de Amor Portuguesas, Guerra e Paz, Editores. 2018.
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